Amigo,
Escrevo-te essas mau traçadas linhas, pois meus olhos já cansados e lacrimejantes, não me permitem traduzir o que realmente sinto. Embora meu caráter tenha parecido duvidoso, permito-me relevar sua crítica e peço-te (se possível) o mesmo proceder em relação às minhas atitudes, que confesso compreendê-las um tanto infantis e às vezes absurdas. Porém, ignoro o fato de seres incompreensivo. No entanto, apesar da questão moral ter sido abalada, não me impede de ponderar a situação e transferi-la de modo coerente.
Não obstante, seu ato pávido, deixou-me constrangida e numa situação delicada, pois soube de sua repugnação ao ouvir o meu nome. Agora, retrogradamente, atento por sua compreensão em analisar o fato de eu ter agido pelo instinto, deixando falha a razão. Ainda assim, espero poder contar com sua amizade (que me é de grande valor), esperando também, que o acontecido não a tenha ferido, pois os momentos vividos não podem ter sido vãos, se a essência se sobressai com lembranças.
Com carinho que te dedico, rezo por sua felicidade, mesmo que eu não obtenha o seu perdão.
Contudo, confesso estar ciente de tudo que aqui escrevo, estando também ciente da rebeldia dos meus atos.
Aqui termino com agradecimentos pela atenção em ler esta carta, dizendo ainda, que os meus sentimentos são límpidos e sinceros, embora grotescamente expressados.
Eu te admiro muito, e não pense que o que sinto por você é amor, não se trata disso, com certeza. Mas a minha amizade por você permanece impoluta, apesar de tudo, ainda espero contar com sua amizade.
Até um dia.
Sempre amiga a amiga de sempre...
Cilaide |
